Caio estava com uma voz alegre e eufórico.
- Fala amor! - digo
- Vou tirar mais um tempo de férias! - ele veio até mim. Eu estava na cozinha.
- Oi? Como assim? - pergunto. Tirei o rafa do carrinho de bebe dele e fui andando pra sala , e o Caio me seguindo. - Mas, o normal, é você tirar férias, pelo menos uns três meses, Lembra?
- Sim, mas avisei pra eles que iria viajar com você e com o Rafa. - Neste instante, ele me olhava sorrindo uma alegria enorme.
- Pera aí Lindo, viajar pra onde? - perguntei com a voz de surpresa
- Pro Japão, depois podemos escolher outros lugares para ir. O que acha?
- Acho incrível...
Então, ele me interrompei e foi logo dizendo, atropelando as palavras uma com a outra e sorria de orelha á orelha...
- Pronto, está tudo certo. Podemos ir mesmo pro Japão primeiro, meu sonho conhecer esse país. Depois...
Decidi interrompe-lo , não queria acabar com a felicidade dele, mas era o jeito dizer, o que estava pensando:
- Calma Caio, não é assim tão simples.
- Como assim , (seu apelido)?
- É que eu estou com a agência, tenho muito trabalho. E também o Rafa não vai se acostumar com tanta aventura.
- Mas, podemos deixar Gabi e o Vini tomar conta da agência, eles são seus sócios, e tomaram conta dela quando você tirou licença por causa da Gravidez. E o Rafael , com certeza vai se acostumar, ele é igual á mim, igual á você, gostamos de adrenalina. Lembra quando fomos num festival em Cuiabá ? A gente se divertiu tanto.
- Ta amor, mas agora temos o Rafa, e isso é completamente diferente. Não vou!
- O que? - via no olhar dele a decepção , ai meu Deus eu poderia ter realmente pensando mais e falado depois, mas me argumentei rapidamente. - Mas, (seu nome). Por favor vamos? Eu comprei as passagens. - Ele então mexeu na bolsa que levava pro trabalho, e me mostrou as passagens de avião, peguei elas, fiquei visualizando, e o Rafa querendo pegar, ~risos~.
- Não, filhote para! - dei uma risada. - Amor pra que você foi comprar as passagens sem me comunicar?
- Errei? Pensei que você iria gostar da surpresa.
- Gostei , mas já que você comprou, está tudo certo, então podemos ir.
- Ae! - ele bateu palmas de felicidade, com isso o Rafa começou a bater também, e começou a cantar Parabéns pra você, ~risos~, todo enrolado, ainda estava aprendendo a falar normalmente.
Ficamos ali brincando com o Rafa, até a hora do jantar.
Minha vida estava cada vez melhor. Nos sentidos de está casada com o homem que eu amo, tendo um filho super fofo, minha própria agência de publicidade, enfim estou feliz.
Mais duas semanas se passam. Num dia normal de quarta feira, trabalhando na agência, estávamos na sala de reuniões, organizando mais uma ideia de comercial sobre uma loja de Joias. De repente, me sinto super mal, estava necessitando urgentemente ir no banheiro. Vomitar. Quando me levantei da cadeira, tudo rodou, minha visão ficou embassada, e só senti alguém me segurar para mim não cair, era o Vini , ele estava ao meu lado esquerdo , eu estava na cadeira que fica na ponta e tinha uma boa visão da mesa de reunião. Logo apaguei. Nem precisei vomitar, depois de não sei quanto tempo, despertei, e vejo o Vini e a Gabi ao meu redor. Gabi dizia:
- Ela esta acordando! - olhou pro Vini após dizer isso.
- (seu nome)? - Vini perguntou
Despertei totalmente. Estava no sofá onde tinha na minha sala, que era a ´´Diretoria´´. E logo , falei com o Vini e a Gabi:
- Gente, eu desmaiei? - perguntei. Minha voz estava saindo fraca, e rouca.
- Sim, amiga! - Gabi respondeu
- Vou pegar um copo d'água pra você. - Vini diz se levantando, pois estava de joelhos, igual Gabi, como me deitaram no sofázinho, eles decidiram ficar assim, perto de mim.
Vini pegou a jarra de água, despejou a água no copo, e me deu, decidi ficar sentada, mas quando fui pra sentar, de novo a tontura tomou conta de mi, já estava com o copo na mão , e derrubei ele no chão e voltei a encostar a minha cabeça no ´braço´ do sofá.
- Derrubei o copo. Como sou desastrada! - digo
- Tranquilo , (seu nome). Vou pedi pra alguém limpar isso. Agora, melhor você ir pra um hospital. - Vini diz
- Hospital? Não Vini. Você sabe que eu ODEIO hospital. - Fiz cara de criança emburrada
- Para de teimosia, amiga. Vamos, eu te levo até lá, e de lá, vamos pra sua casa. - Gabi diz
- Oh amiga, para de ser chata. - revirei os olhos
- Não estou sendo chata, apenas quero te ajudar. - Gabi dizia com uma voz alta. Assustei. E o Vini mais ainda. E então ficamos olhando pra ela surpresos, pelo jeito alguma coisa estava errada, tirando o que estava acontecendo comigo.
- O que houve Gabi? - pergunto
- É Gabriela, aconteceu algo? - Vini também perguntou
- Desculpa gente, é que eu e o Jonas não estamos muito bem. Altas brigas. E estou mais elétrica, e chata. Sei que não sou assim, mas peço perdão.
- Sem problemas amiga! Mas não precisava descontar em mim, poxa. - dei uma risada, ela também ri e o Vini;
- Bom , mas a senhorita não vai se livrar de ir no Hospital. - Vini diz pra mim
- Seu chato! - revirei os olhos e ambos rimos alto. - Mas Lindos da minha vida, eu estou melhor! - juntei as minhas duas mãos, como alguém faz quando se ajoelha pra rezar, e fiquei olhando pra eles com o olhar do Gato de botas do Skrek.
- Não. (Seu nome) para de fazer essa carinha meiga. - Vini diz, sorriu de lado e depois ficou sério.
- Vamos amiga. Vou te ajudar a levantar.
Eu disse que estava melhor, mas não estava. Quando Gabi e Vini me ajudaram a levar do sofá , a tontura voltou atona.
- Epa epa epa, calma linda. - Vini me segurava com mais forçam eu realmente estava péssima. Droga! Será o que eu tenho?. Gabi pegou minha bolsa e a dela. Vini ainda me ajudava a caminhar, estava com um braço meu por volta de seu pescoço. Todos da agência olhando pra nós, e Gabi falou com eles:
- PESSOAL , A (seu nome) ESTÁ PASSANDO MUITO MAL , ENTÃO VOU LEVA-LA ATÉ O HOSPITAL, O CAIO VINÍCIUS VAI FICAR AQUI COM VOCÊS.
Todos balançavam sua cabeça pra cima e pra baixo, e desejavam que eu ficasse bem.
Vini foi me conduzindo até o carro da Gabi. Gabi abriu a porta de trás, e então sentei no banco, e pela Janela, o Vini disse:
- Você vai ficar bem, minha linda! - e sorria ; - Qualquer coisa me liguem! - Vini diz
- Ta bom , Vini. Te amo muito! - segurei sua mão. E ele disse que também me amava.
Gabi então ligou o carro e buzinou , só coloquei a cabeça pra fora da janela e o Vini dava uma tchau com as mãos, e fez um coração. Eu assenti e sorri.
- Amiga, dá pra tirar esse cabeção da Janela, se você passar mal eu te mato. - Gabi disse
- Ui ta bom poderosa. - ergui as mãos me rendendo.
Novamente a tontura voltou , me deitei meia confortável nos bancos de trás, e cochilei. Acordei. Com a Gabi me balançando, e me chamando. Saímos do carro e fomos andando até a porta principal do hospital, logo senti uma sensação estranha, odiava seriamente aquele tipo de lugar, era o mesmo hospital que o Rafa nasceu , mas aquilo foi inesquecivel, só odiava aquele lugar, pois não me sentia bem de nenhuma forma.
Chegamos na recepção, falamos com a recepcionista, e ela nos conduziu a um consultório de um clinico , o nome dele era Luis. Logo me veio á mente um acontecimento de quando eu tinha 15 anos, estava num festival no colégio, e tinha um garoto que estava namorando por completo uns dois meses, o nome dele era Luiz. Nessa noite, vi ele beijando a maior patricinha do colégio, não tinha perdido a minha virgindade com ele, mas tinha já transado com ele, somente uma vez nos dois meses que ficamos. Depois que vi ele com a patricinha, fiquei louca, logo quando ele apareceu perto de mim, com aquele olhar de sei lá o que, me agarrou e eu simplesmente falei o que tinha visto , falei um monte , xinguei ele de tudo qualquer palavrão que conhecia. Ele automaticamente me xingou de vadia, e vagabunda. Foi absolutamente a pior coisa que já tinha ouvido de alguém. Enfim, não queria de jeito nenhuma mais lembrar dessa história, mas por que diabos isso agora? Somente, por que ouvi o nome Luiz , essa é a conclusão.
Logo meus pensamentos foram interrompidos, Gabi me chamava, e fomos logo pro consultório do Doutor Luis. Entrando lá, logo vi um cara toda sorridente, ao ver eu e Gabi entrando ali , os cabelos nedros, olhos verdes, moreno e NÃO ACREDITO. Era ele. O Luis. Depois de longos anos, reconheci ele, não mudou muita coisa, mas pelo seu passado de 'Luis Passa Rodo' , pensava que não ia de jeito nenhum ter uma carreira de sucesso em alguma profissão da vida, pois era o mais bagunceiro do colegial.
Quando ele me olhou , se surpreendeu. SERÁ QUE ELE ME RECONHECEU? Ai meu Deus, espero que não. Tentei transmitir uma calma normal. Ele apertou minha mão, a da Gabi também, e mandou a gente ficar a vontade. Na moral, se eu ficasse realmente a vontade, iria descontar toda minha raiva nele, só de relembrar aquilo tudo. Sentamos. E a consulta começou, Gabi foi logo falando, e fiquei em silêncio até o momento que ele me dirigiu a palavra. Falei o que estava sentindo. Então, ele mandou eu fazer uns exames. Fiz dois exames. Quando retornei ao consultório, o Luis estava igual ao Chico Chavier, quando escrevia. Gabi enquanto estava fazendo os exames, ficou na sala de espera, foi comigo novamente até o consultório. Lá, ele me disse uma novidade que eu não estava esperando. Aliais, somente rezando para que isso não acontecesse.
Ele me disse então que estava grávida. Neste momento, procurei a mão da Gabi, e apertei forte, ela correspondeu apertando a minha mão, e olhei pra ela com os olhos marejados de lágrimas. Logo , Luis me diz:
- Parabéns , senhorita (seu nome)!
- Obrigado! - sorri de lado , e sequei minhas lágrimas
Meu coração batia igual as escolas da sapucaí em tempo de carnaval. Mas, depois fui me acalmando, respirava uma, duas, três vezes, profundamente e voltava o ar. Iria voltar tudo novamente, na parte de cuidar de um bebê, mas mesmo assim o amor que sinto pelo Rafa será o mesmo pro neném que irá nascer.
Quando acabou mesmo a consulta, fomos até a porta, mas o Luiz me mandou esperar um pouco, queria falar comigo. Nesse momento eu gelei. Droga. Só falta ele ter me reconhecido. Gabi disse que iria está na sala de espera. Então fui convidada novamente a me sentar na cadeira , onde fica de 'frente' pra ele.
Continua...
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