- Oi! - estava olhando para o mar
- O que vamos conversar? Faz uns minutos que chegamos aqui e você não fala nada.
- É ... - Pronto , o que irei dizer? Não tenho a menor ideia. É para mim dizer que estou grávida e ele ficará feliz, me rodará no ar e fim vivemos felizes para sempre? Não. Tenho uma ideia que está martelando em minha mente a poucos minutos atrás. - Caio... - este momento resolvi encara-lo. - Você pode ter toda certeza do mundo que eu sempre vou te amar. Mas, eu preciso dá um tempo de tudo. Você me entende?
- Não. - ele falou e balançava a cabeça conforme a resposta. - Me explica melhor.
- É que eu... eu... - pronto gaguejei.
- Dá pra você parar de me enrolar e ir direto ao assunto. - ele falou com mais intensidade e alterou um pouco a voz.
- Calma.- falei. - Eu estou amando meu estágio no Midas Music, com o Rick Bonadio , estou amando o nosso namoro, e...
- Pera aí , Clarice! - Caio ficou de pé
- Calma Caio! - contei até três e... - Eu estou grávida. - falei de uma vez
- É o que Clarice? - ele fala me olhando sério
Fiquei um pouco assustada com o jeito que o Caio falou.
- Repetindo: Eu estou grávida!
- Você tá brincando comigo, né Clarice? Como assim, grávida?
- Você acha mesmo que eu estaria brincando com coisa séria?
- Não. Mas, eu não to acreditando nisso.
- Não ta acreditando por que Caio? - falei levantando
- Por que isso só vai me atrapalhar?
- Atrapalhar por que? Não estou te dando responsabilidade de nada.
- Claro que está me dando responsabilidade, é um ser humano que está no seu ventre. Nosso filho. E de qualquer modo é uma responsabilidade imensa que será para vida inteira. Mesmo assim eu não estou acreditando. Por que a gente esqueceu a porra da camisinha? - ele dizia com a mão na testa, e não me encarava.
- Se "isso" - falei fazendo aspas - só vai te atrapalhar, você não precisa assumir, eu me responsabilizo sozinha.
- Ta louca? Isso é responsabilidade nossa, se toca.
- Ah jura? Não me diga. - digo toda irônica.
- Para de ironia, caramba.
- Então, como o senhor sabe tudo pretende dar tudo o que uma criança precisa? E isso inclui amor, carinho e atenção.
- Com certeza. Caramba Clarice, um filho?
- Por que ainda está tão surpreso, Caio?
- NÃO ESTAVA ESPERANDO ISSO DE JEITO NENHUM. Você tem noção do que isso pode trazer a tona para minha reputação?
- PUTA QUE PARIU! - digo alto. - REPUTAÇÃO? TA PREOCUPADO COM O QUE OS OUTROS IRÃO DIZER, CAIO? É ótimo saber isso, nossa. - comecei a bater palmas
- VAI ME DIZER QUE VOCÊ TAMBÉM NÃO SE IMPORTA COM A SUA CARREIRA DE COMPOSITORA QUE VOCÊ ESTÁ COMEÇANDO AGORA?
- É CLARO QUE ME IMPORTO. Mas estou muito mais preocupada com essa criança.
- Não parece.
- E por que não?
- Porque essa criança vai atrapalhar , como disse antes, os nossos planos. Eu queria ser pai só em outro momento, e não agora.
- E como eu disse antes, se NÃO quiser assumir, NÃO PRECISA!
- EU QUERO ASSUMIR.
- Então para de falar merda. - nesse momento sai de mim e dei um tapa em seu rosto.
- EU NÃO TO FALANDO MERDA, TO FALANDO A VERDADE! - ele me segura pelos braços, e nessa hora eu já chorava
- VOCÊ É UM INÚTIL! - Tentei me soltar, e consegui.
- Eu te amo Clarice.
- AMA PORRA NENHUMA. - chorava de soluçar nesse momento e me ajoelhei na areia.
Ele se ajoelhou junto e tentou levantar a minha cabeça.
- Olha pra mim! - ele falou
- NÃO! - gritei. - A única coisa que não quero mais é olhar pra você. Caio, tu poderia muito bem ter usado palavras MELHORES, mas não, me magoou profundamente. Eu disse pro Leandro que eu iria tirar essa criança pois ela iria atrapalhar os meus planos, enfim tudo.
- Você quer tirar o bebê? - a voz do Caio ao falar isso estremeceu , senti isso. Eu falei que não iria mais olhar para ele , mas olhei, os olhos dele estavam cheios de lágrimas.
- Eu não vou tirar. - respondi. - Estava completamente fora de mim quando disse isso.
- E ainda está. - ele falou seco
- Cala boca! Me arrependi em ter dito isso.
- Cala boca nada. E agora como vai ficar nossa vida? - Caio gritou
- Eu não sei. Estou completamente perdida. Eu só sei que eu não vou tirar essa criança.
- Depois a gente conversa. Eu ... - ficou uns segundos olhando pro mar. - preciso colocar os pensamentos no lugar. - ele fala andando e nem se quer olha para trás.
- OLHA AQUI CAIO! - andei até ele e peguei em seu braço com força, pois a raiva estava exalando em mim neste momento. - DEPOIS A GENTE SE FALA UMA OVA , VAMOS CONTINUAR AGORA E JÁ.
- O QUE MAIS VOCÊ QUER CONVERSAR CLARICE? A GENTE NEM SABE O QUE VAI FAZER DAQUI PRA FRENTE!
- NINGUÉM NA VIDA SABE O QUE VAI FAZER DAQUI Á UM MINUTO PORRA! - estava fora de mim completamente.
- Clarice! - ele olhou no fundo dos meus olhos - A gente ta perdido no mundo. O que você pretende fazer?
- Eu não sei. - virei de costas pra ele - Eu vou embora!
- Embora pra onde? - ele gritou
- Pra minha casa?! Eu preciso pensar em como resolver isso. Dar um jeito na minha vida, sem retirar essa criança dos meus planos.
- Vamos pensar, e amanhã a gente resolve tudo?
- Acho melhor a gente ir cada um pra sua casa e resolver tudo amanhã, - cheguei perto dele - JUNTOS!
- Sem problemas. - ele falou sério
Aquele momento estava sendo sério , daqui em diante vai ser completamente tudo sério e responsável. Acabei por abraçar ele.
- Você sabe que eu te amo Caio.
- Eu te amo mais. - ele me abraçou mais forte
LEANDRO POV
Achei que minha maninha estava demorando muito pra chegar, e quando estava discando o número dela, ela me aparece na porta de casa.
- ONDE CE TAVA MENINA? JÁ IRIA TE LIGAR! - digo berrando
- EU ESTAVA NA PRAIA!
- FAZENDO O QUE NA PRAIA?
- Estava com o Caio. Contei ... tudo para ele.
- E aí , deu tudo certo?
Ela se joga no sofá , coloca as mãos no rosto, abaixa a cabeça e diz:
- Mais ou menos. Brigamos, gritamos um com o outro. Mas, mesmo assim iremos conversar melhor amanhã.
- Nossa! Se vocês estavam ali para conversar, esclarecer esse assunto em definitivo, por que que irão conversar amanhã? Resolvia tudo hoje, uai!
- Você não ouviu que a gente brigou? Ta surdo agora?
- Ah esqueceu que eu sou lerdo?
- Não. Mas, as vezes você passa dos limites. - ela rir fraco
- Vai dá tudo certo, baixinha! - abraço ela de lado
- Sempre diz isso. Estou cansada. Vai se fode , Leandro!
Me assusto com o que ela disse. Ela começa a subir as escadas , e me deixa ali na sala.
- SÓ QUERIA TE AJUDAR CLARICE! SUA INGRATA!
- AH , vai ver se estou na esquina.
- Tu não é prostituta! - digo e ela me mostra o dedo e vira as costas, continuando a subir as escadas.
- DÁ PRA PARAR VOCÊS DOIS? - pronto, Dona Marisol aparece.
CAIO CASTRO POV
O dia seguinte chegou muito rápido, acordo cedo, pois não consegui dormir anoite. Vou logo ao supermercado comprar, algumas coisas que a Clarice gosta. Quero amenizar o clima pesado, para não acontecer mais brigas. Odeio brigar com a minha Minnie. Quando mais tarde, estava preparando o almoço, e a campainha toca.
- Oi ! - ela diz seca
- Oi Minnie! Entra.
Ela entra de cara fechada, nem ao menos me deu um selinho. Será que errei em dizer que por ela está grávida, iria atrapalhar com os meus planos ? .
- Senta! - aponto para o sofá e ela se senta, cruza os braços , me olha.
- Então, vamos continuar com a conversa de ontem?
- Vamos. Mas, primeiro iremos almoçar. Fiz ... - me dirigir a cozinha. - um arroz de forno que você adora. Mais um estrogonofe. Vem!
- Não estou com fome. - ela ainda estava com os braços cruzados e me olhando fixamente.
- Clarice, dá pra parar de me olhar assim? Poxa, eu fiz um almoço gostoso pra nós dois, para amenizar o clima tenso que rolou ontem. Me matei aqui na cozinha. Liguei até pra minha vó pra me ensina tudo direito, minha mãe também ajudou. Cara, eu odeio brigar com você. Odeio ficar nesse clima horrível que estamos. Por favor, vamos ficar bem um com o outro? - falei e ela me olhava fixamente ainda, mas logo abaixou a cabeça ,encarou o chão. Ouço um soluço. Ela estava chorando. - Minha Minnie. - digo dengoso, me ajoelho, levanto a cabeça dela e seus olhos estavam lotados de lágrimas, elas caiam rapidamente.
- Eu estou completamente perdida. - ela baixou a cabeça de novo
- Eu também estou perdido, mas nós vamos cuidar dessa criança. Desculpa mesmo ter falado tudo aquilo ontem, eu estava muito preocupado com a minha reputação, com o que as pessoas irão pensam, enfim , sempre estarei contigo. - puxo ela para perto de mim , abraço ela e ficamos ajoelhados no chão abraçados , começo a chorar.
- Mas ... - ela me encara novamente. - A gente não pode ficar sem conversar sobre minha gravidez, estou morrendo de medo do que pode vim pela frente.
- Claro que iremos conversar, mas assim , aquele arroz e aquele estrogonofe vai esfriar se não irmos atacar eles. - digo e ela sorri - Estava com saudades de ver o seu sorriso.
- Saudades?
- Sim. Ontem só vi você chorando.
- Eu te amo. - ela sorriu de lado e me deu um selinho , que logo abrimos nossas bocas e nossas línguas pediram passagem para se tornar um beijo quente. - Hey Castro , para. - Cla ainda disse isso com nossos lábios colados.
- Por que? Está tão bom. - sorri lhe dando um selinho
- Vamos comer que estou com fome. - ela fica em pé , e eu ainda ajoelhado digo
- Para quem não estava com fome, rolou uma revolução aí. - fico em pé
- Foi seu beijo , gato! - rimos, e depois ...
Fomos almoçar. No almoço , por enquanto não conversamos sobre o dia anterior e o assunto que estava pendente. Ficamos mesmo rindo, relembrando momentos, e ela estava bem humorada. É fiz o certo em fazer esse almoço. Conseguir fazer as coisas que ela gosta com muito esforço e desastre, mas consegui. Quando acabamos de almoçar, voltamos para a sala, e ficamos assistindo um programa qualquer, abraçados.
- Mô ?
- Oi! - digo olhando para TV
- Olha pra mim. - então olhei
- Fala. - sorri e beijei sua testa.
- Vamos conversar sobre aquele assunto!
- Ta bom. - revirei os olhos
- Não revira os olhos , Caio! É um assunto sério. Estou grávida. O filho é seu. A merda da briga que tivemos ontem foi horrível. E...
- Xiu. - coloquei o dedo levemente em seus lábios e ela se calou
- O que foi?
- Para.
- Parar com o que Caio? A gente tem que conversar. Vim aqui justamente para isso. OK , Almoçamos juntos, foi muito bom , agradeço imensamente pelo arroz de forno e estrogonofe divino que você fez , mas a gente tem que conversar.
- É pra você parar de falar: ´´ A GENTE TEM QUE CONVERSAR´´ .
- Então, você vai assumir?
- Assumi o que?
- TA LERDO CARALHO? VIROU O LEANDRO PORRA?
- Olha a boca.
- Não dá meu nariz atrapalha um pouco de olhar para minha boca.
- HA HA HA engraçadinha.
- Sou mesmo. - ela mostrou a língua.
- Agora quem ta saindo do papo sério é você.
- Ta, mas você ta lerdo ou o que?
- LÓGICO QUE IREI ASSUMIR. Mas, sabe que irá atrapalha um pouco nossos planos.
- SE VOCÊ REPETI MAIS UMA VEZ ISSO JURO QUE TE MATO.
- Mata porra nenhuma. - digo e ela não aguenta e começa a rir
- Para de ser idiota. - ela bate no meu braço
- Parei . - mostro língua pra ela
- O assunto é sério.
- AH NÃO ME DIGA!
- Fica quieto e deixa eu falar , porra. - fiquei quieto na hora
- Um filho nessa fase da vida é muito ruim. Um filho no momento que estamos nas nossas carreiras, é muito ruim. Eu sei, e como. Mas necessitamos estar juntos. Tudo o que você falou para mim ontem sobre sua ´´REPUTAÇÃO´´ ... - fez aspas com as mãos. - fiquei completamente chocada. Você tem que ver que erramos em esquecer o preservativo, e tudo mais. Eu não quero ficar preocupada com o que os outros irão pensar, o que eles pensarem e falarem podem espalhar pra Deus e para o mundo mas nós temos que ficar preocupados realmente com essa criança que está por vim, como iremos cuida-la , como iremos até ama-la porque amor de mãe, pai , e filhos são únicos , sabemos muito bem disso por conta da nossa família, e outros exemplos. Mas, sem dúvida alguma da nossa família. Vai ser uma responsabilidade imensa? Será. Só que temos que ficar juntos para que possamos ver um no outro , força que motiva a viver e continuar seguindo.
Ouvindo tudo isso que ela disse, estava completamente paralisado.
- UAU! - começo a bater palmas.
- Caio, nós temos que parar de se preocupar com terceiros, e pensar em nós primeiramente.
- Eu sei princesa! - puxo ela pela nuca e lhe dou um selinho. - Mas continuo dizendo que ter um filho na nossa idade ainda é , muito ruim.
- Ruim?
- É ruim. Porque temos tantos sonhos ainda para realizar. Tantas coisas ainda para lutar, ter fé e conquistar.
- Ah não Caio! - digo me levantando do sofá
- Clarice, vai dizer que o que estou dizendo é mentira?
- Não é mentira. Nós dois poderíamos muito bem, ter tomado mais cuidado e ter usado camisinha.
- Caramba Cla, a gente sempre usou. Com certeza a gente tava tão excitados que ela deve ter estourado, por isso que você agora está grávida.
- É. - Ela estava andando de um lado pro outro , novamente estava confusa.
- No começo de tudo vai ser completamente difícil, só que temos um ao outro.
- Então amor, por quê você falou aquilo ontem?
- Da minha reputação?
- Sim. Me deixou tão magoada. - ela fez uma carinha triste
- Desculpa. - me levantei do sofá e abracei ela. - Eu te amo muito sabia?
- Eu mais ainda. - ela me abraçou mais forte.
- Quero que seja menina. - digo
- Menina? Pensei que todos os homens preferiam ter um menino.
- Nem todos. Eu quero uma menininha. Vai puxar você, porque eu sou feio.
- Ah vai toma banho Caio Castro. Você é desejado por tantas garotas, e está se chamando de feio?
- Eu já tomei banho hoje, obrigado.
- De nada. - começou a rir. - Você é gostoso.
- Que garota tarada.
- E é meu ainda, olha que lindo isso! - rimos
- Se acha. - reviro os olhos. Ela sorriu. O sorriso dela era maravilhoso. Seus olhos me olhando, e brilhando. Sua pele macia me tocando. Ela é tudo pra mim.
Começamos a se beijar. Começou calmamente , mas logo a saudade tomou conta.
Matamos a saudade daquele modo que você deve imaginar.
EDUARDA POV
Meu namoro com o Leandro anda muito bem. Já estamos juntos faz OITO MESES. Meu sentimento por ele é verdadeiro e, eu nunca me senti assim com outra pessoa. Vou falar um pouco sobre mim. Eduarda Munhoz , tenho 22 anos, nasci em Brasília , me mudei para o Rio de Janeiro com 19 anos. Quando tinha 14 anos, comecei a namorar o Ricardo ...
, ficamos juntos por 5 anos, meus pais se apegaram muito á ele, mais do que eu até, porque ele é um amor de pessoa, mas o ciúme era obsessivo, por isso que quando nós se mudamos para o Rio fiquei até um pouco aliviada, aliais, ainda estou. Feliz, realizada , e me sentindo LIVRE. Meus pais já conversaram comigo sobre NÃO GOSTAR DO LEANDRO, é, eles disseram que preferiam o Ricardo porque ele era companheiro, respeitoso, amoroso, lindo , simpático... como se o Leandro não fosse nada disso. Pediram para mim terminar com ele, tivemos uma discussão por conta desse caso. Estou completamente apaixonada pelo Leandro, então não irei terminar meu relacionamento com ele por causa dos meus pais, eles não podem cuidar da minha vida desse modo, pois quem manda nos meus sentimentos, nos meus relacionamentos , nas minhas decisões sou eu e mais ninguém.
Voltei de mais um dia de trabalho cansativo, cheguei em casa numa pilha de nervos por causa do meu chefe, pois me encheu de tarefas, como editar planilhas de arquivos para amanhã. OK , se eu estou trabalhando é para trabalhar, mas mesmo assim o meu chefe é insuportável. Joguei a minha mochila em cima do sofá, ia me dirigindo a cozinha como de costume para pegar um copo d'água e subi para o meu quarto, ouço risadas vindo de lá, minha mãe ao me ver fala toda eufórica com um sorriso bobo nos lábios, fazia um tempo que não via ela assim.
- FILHA! - gritou. Fiquei sorrindo desconfiada
- Oi Mãe! - quando ia para abri para falar mais alguma coisa, minha mãe me interrompe
- OLHA SÓ QUEM CHEGOU DE SURPRESA!
Surge da cozinha o RICARDO. É, O RICARDO !
- RICARDO? O QUE VOCÊ TA FAZENDO AQUI? - pergunto gritando
- Muito bom te ver também , Duda! - ele sorriu e foi para me abraçar, mas recuei.
- Eu te fiz uma pergunta: O que você está fazendo aqui?
- Calma, Duda! Só vim fazer uma visita.
- Ele veio nos ver , mas principalmente ver você. - minha mãe se intromete , como sempre.
- Ta me vendo? Já me viu? Agora vaza.
- Nossa! Ta grossa. O que aconteceu com você?
- Amadureci com o tempo. Gostou? Não? Problema seu.
- EDUARDA! CADÊ OS MODOS MENINA ?
- Uso só com quem merece.
- EDUARDA PARA JÁ COM ISSO! - meu pai falou
- Eu paro. Assim que ele for embora.
- Nossa Eduarda! Pensei que você gostava de mim. - disse Ricardo com um tom de tristeza na voz.
- Falou certo. GOS-TA-VA !
- Uau! Cadê a Duda que eu conheci?
- MORREU!
- EDUARDA JÁ CHEGA VAI PRO SEU QUARTO! - meu pai gritou
- Já é! - pego minha mochila e subo para meu quarto
Entrei no meu quarto , fechei a porta com toda força. Não estou acreditando que depois de Três anos e meio tive que , olhar para a cara daquele ridículo. Abri meu guarda roupa, escolhi um pijama e fui para dentro do meu banheiro tomar um banho, ver se esse estresse que passei durante esse dia vai embora por água baixo. Acabando meu banho, visto meu pijama e me jogo na cama, infelizmente nem vi meu bebê hoje, mas logo vejo que tem uma mensagem dele em meu celular, respondi, avisei para ele que iria dormi pois a dor de cabeça estava me matando. Adormeci. No dia seguinte, acordei toda preguiçosa. Hoje ainda irei trabalhar , só que a partir das 14 h da tarde, até 20 h da noite, mereço ? Não mesmo. Me levantei, e como de costume também gosto de ir a cozinha para tomar um copo de leite, desci as escadas com os olhos fechados, sonolenta ainda, voltei a abri os olhos, fui me dirigindo a cozinha, abri a porta da geladeira, coloquei leite num copo, passando pela sala , dei de cara com alguém dormindo no sofá. Mas quem? NÃO ESTOU ACREDITANDO NISSO! O RICARDO DORMIU AQUI? QUER DIZER ELE TA DORMINDO AQUI. PUTA QUE PARIU , MEUS PAIS NÃO PODERIAM FAZER ISSO COMIGO DE JEITO NENHUM. Quando vi a cena cuspi para fora o pouco de leite que estava na minha boca.
- RICARDO? - limpei minha boca com uma das minha mão.
- Bom dia Duda! - ele falou se espreguiçando e olhando para mim com aquela cara de sínico.
- POR QUE VOCÊ DORMIU AQUI? - falei colocando o meu copo na mesinha do telefone
- Porque seus pais pediram. - ele se sentou no sofá. - Senta aqui do meu lado.
- Nem á pau. Sai daqui! - apontei para a porta, ele me olhou confuso. Caramba , só agora que vi que ele estava sem camisa? Que peitoral é esse ? Que corpo estrutural é esse?. MERDA EDUARDA PARA DE OLHAR. Parei de olhar , e ele me olhou malicioso.
- Gostou? - riu e olhou para seu próprio peitoral
- NÃO. De jeito nenhum. Mas, que inferno Ricardo vai embora daqui.
- DUDA! De novo desrespeitando o Ricardo? - minha mãe surge descendo as escadas, eu olhava para ela sem entender porque ela deixou , ele dormi aqui em casa.
- MÃE , A SENHORA PODE ME FAZER O FAVOR DE ME DIZER POR QUE DIABOS O RICARDO DORMIU AQUI?
- Primeiro: Por que você está com esse pijama? Segundo: Você desrespeitou o Ricardo, então eu e seu pai ontem decidimos que ele poderia dormi aqui.
- Eu estou com esse pijama, porque ele é meu, o corpo é meu, e eu não sabia que esse ser humano... - apontou para ele e olho para minha mãe com cara de decepção por ela ter deixado ele dormi aqui. - iria dormi aqui então a senhora retira essa pergunta que acabou de fazer. Eu desrespeitei ele sim, e continuo , porque sim , porque estou com vontade e não queria mais ver a cara desse indivíduo. - olho para ele que estava em pé agora, e me olhando. - E Ricardo veste uma camiseta ta bom? - passei pela minha mãe e comecei a subir as escadas.
- Volta já aqui Eduarda! - minha mãe gritou. - Aliais, troca esse pijama que está muito curto.
Subi para meu quarto com toda raiva do mundo. Abri meu guarda roupa , escolhi uma roupa para ir na casa do Leandro , porque não vou aguentar tomar café com o Ricardo na mesma mesa que eu. Fui para o banheiro, fiz minha higiene matinal, e vesti minha roupa ...
Quando estava colocando minha bolsa no ombro, e abrindo a porta para sai do meu quarto, meu celular tocou, era Leandro.
LIGAÇÃO ON
- Bom dia minha vida! - Leandro falou imediatamente quando atendi , tenho certeza que ele sorria.
- Bom dia meu amor!
- Dormiu bem?
- Dormi sim. Desculpa por não conversar com você direito ontem por sms, estava morrendo de sono.
- Sem problemas, duda! Amor vou desligar , a Clarice ta me chamando aqui. Te amo muito!
- Te amo mais! Ah amor, posso ir na sua casa agora?
- Não. Melhor eu ir aí daqui a pouco.
Ligação OFFLINE
- Baby não vem aqui não! - gritei, mas mesmo assim já não adiantava em nada, ele desligou. Não acredito tenho que colocar o Ricardo na rua, já. Desci as escadas rapidamente. Cheguei na cozinha, e vi Ricardo, minha mãe , e meu pai tomando café, que cena linda não? É não mesmo. Que porra! Meus pais querem me irritar mesmo, aliais estão me irritando desde quando conheci o Leandro, desde quando comecei a namorar ele , ai que droga...
- Ah finalmente tirou aquele seu pijama curto! - minha mãe colocava a jarra de suco na mesa , e se sentou na cadeira. Revirei os olhos, logo após foquei meu olhar no Ricardo.
- RICARDO PELO AMOR DE DEUS LHE PEÇO VAI EMBORA DAQUI! - gritei e apontei para sala, que com certeza ele iria saber que era para ele se dirigir para lá e sair pela porta principal e NUNCA MAIS VOLTAR.
- EDUARDA ! - meu pai gritou e estremeci, quando ele gritava comigo ficava assim.
- Pai , o Leandro ta vindo pra cá. A qualquer momento ele está vindo tocando a campainha, então não quero que ele conheça o Ricardo, não quero que vocês fiquem de indiretas ou falando algo sobre o relacionamento que tive com esse ... - apontei para ele. - ser humano.
- Pra quê o Leandro vem para cá? - Minha mãe perguntou, ela sempre com um tom de raiva ao falar sobre o Leandro.
- Para me ver, mãe! A gente nem se viu ontem... - falei , mas o Ricardo se levantou e pediu licença para meus pais , graças a DEUS ele vai embora , vamos glorificar irmãos. Acompanhei ele até a sala, e ele se sentou no sofá. OI ? Como assim?
- Pera aí ? Pensei que você ia embora. QUE INFERNO , SAI DAQUI ! SOME DA MINHA VIDA! - gritei e sapateei , estava parecendo aquelas crianças mal educadas. Ele se levantou do sofá, já via meu pai e minha mãe perto de nós.
- EU NÃO VOU EMBORA! Não estou entendendo nenhum pouco. Por que você está assim comigo? Eu sei que você ainda me ama , Eduarda! - ele pegou forte na minha cintura e me puxou para perto dele, fiquei com minhas mãos em seu peitoral. E que peitoral, tá parei.
- ME SOLTA! - gritei e sai de perto dele. - EU NÃO TE AMO MAIS! O que tivemos foi bom , sim eu confesso , mas não quero , nunca mais quero você, eu vou me casar sabe com quem? Com o Leandro. Porque ele sim , ele é o homem da minha vida , está me fazendo feliz , estou me sentindo mais realizada, mais alegre. Então, não quero de jeito nenhum que ele te veja aqui, não quero de jeito nenhum que ele veja meus pais babando ovo por você. Entendeu?
- Entendi. Queria que você soubesse que meus sentimentos, por você são verdadeiros.
- Jura Ricardo? - fiz uma cara de ´´ESTOU POUCO ME LIXANDO´´
- Não faz essa cara.
A campainha tocou.
- Vou atender a porta. - minha mãe correu para abri a porta. - LEANDRO! - ela disse com o tom de falsidade na voz
- Dona Isaura! - meu Leandro sorriu , tão inocente que nem sabe que a sogra dele é uma falsa
- Entra fica a vontade. - ela olhou para trás e me viu sorriu.
- Le! - corri para abraça-lo.
- Ta tudo bem? - perguntou e afastou um pouco nosso abraço e me deu um selinho.
- Eu te amo muito.
- Eu te amo mais. - me abraçou forte
- Leandro , vem conhecer o Ricardo. - minha mãe falou
- Ah! E aí Cara? - Leandro e eu estávamos de mãos dadas e chegando perto do sofá.
- E aí ? - Ricardo e Leandro se cumprimentaram.
- Já tomou café Leandro? - meu pai perguntou
- Já sim gente! Obrigado! Só vim ver a minha pequena. - Leandro me puxou pela cintura e deu um beijo no meu cabelo , fechei os olhos e sorri.
- Como é seu nome? - Leandro perguntou pro Ricardo. AH NÃO AMOR NÃO PUXA PAPO COM ELE! Estava gritando isso por dentro.
- Ricardo. Você é o Leandro né?
- Sim. - Leandro respondeu mas logo olhou para mim. - Ele é seu primo Duda?
- É meu ... - enrolei para responder
- Fala para ele filha que o Ricardo é seu ex namorado. - minha mãe falou.
PUTA QUE PARIU!
- MÃE! - gritei
- Ele é seu ex namorado , Eduarda? - Leandro perguntou olhando para mim, apenas acendi com a cabeça. - O que você está fazendo aqui? - ele olhou para o Ricardo , e o tom de sua voz era de desconfiança.
- Ele dormiu aqui. - minha mãe respondeu
- Dona Isaura , eu perguntei para o Ricardo não para senhora. - Leandro falou. - Como assim você dormiu aqui? - sua voz foi alterando
- Leandro vamos pro meu quarto eu te explico tudo. - falei pegando em sua mão e, tentando puxa-lo para subi as escadas comigo.
- Não. - soltou sua mão da minha. - RESPONDE CARA POR QUE VOCÊ DORMIU AQUI?
- Os pais da Duda que quiseram. Não foi culpa minha, é que a Duda chegou do trabalho ontem, e me viu , pois vim fazer somente uma visita, tem uns três anos que não os vejo e, vim vê-los, matar as saudades.
- Ah é? E por que Dona Isaura , e seu Diego , quiseram que ele dormisse aqui?
- Porque ele foi um genro muito bom para nós. - minha mãe respondeu em alto e bom som, e eu só observava tudo aquilo.
- Hã? Pera aí ... - Leandro abaixou sua cabeça, respirou fundo, ergueu sua cabeça, e olhou para todos nós. - Não acredito que a senhora falou isso. Vocês não gostam de mim é isso?
- Não! Eu nunca gostei de você garoto mimado. Ridículo. Sem sal. Não sei porque a Duda te quer. Ela namorou por 5 anos com o Ricardo, um cara exemplar, lindo, simpático, inteligente, extrovertido... Duda reclamava que o ciúme dele por ela era imenso, mas mesmo assim achava isso um cúmulo terminar um namoro por conta de ciúme, isso só mostra que a pessoa que está com ciúmes de você te quer e te deseja , somente isso. Quando viemos embora para o Rio de Janeiro, se arrependemos amargamente no momento que ela começou a falar que conheceu você, e ...
- CHEGA! - Leandro gritou interrompendo minha mãe. Eu não sei mais o que pensar , não sei mais de nada.
- Não grita assim com ela Leandro. - meu pai falou
- Você dormiu com ele Duda? - Leandro agora me olhava profundamente, via que seus olhos estavam um pouco vermelhos e estavam começando a lagrimejar
- Le , eu não dormi com ele. - algumas lágrimas já queriam cair dos meus olhos. - Eu te amo mais do que tudo nessa vida, nunca que faria isso com você. Ele veio aqui para casa de surpresa. Cheguei do trabalho toda estressada por causa do meu chefe, minha mãe vem logo me encontrar toda alegre e ele veio atrás sorrindo, me recuei e nisso fiquei toda grossa com ele, como estava até o momento que você chegou. Ontem logo fui pro meu quarto , tomei um banho e dormi. Hoje de manhã vi que ele tava dormindo no sofá da sala, já fiz um escândalo enorme. Subi para o meu quarto , me arrumei e foi quando você me ligou e quando disse para mim que iria vim para cá eu disse que não era para vim , mas você já tinha desligado a ligação.
- Então, não iria falar pra mim que ele estava aqui?
- Claro que iria. Eu ia para sua casa ficar com você, e contar tudo. - lágrimas saiam do meu rosto numa intensidade enorme. Leandro apenas me olhava profundamente com aquele olhos pequenos e vermelhos.
- E você cara , o que ainda está fazendo aqui?
- A casa não é sua , Sr: Vasconcellos. Eu que te pergunto o que ainda está fazendo aqui? - meu pai falou.
- É verdade o que estou fazendo ainda aqui. - Leandro foi se dirigindo para a porta principal , corri para alcança-lo - Vou deixar a FAMÍLIA em paz.
- Amor , espera. O Ricardo já iria embora antes de você chegar eu juro. - não conseguia parar de chorar.
- Depois a gente se fala.
- NÃO! - gritei. - VAMOS CONVERSAR AGORA ! Antes... - corri para perto do Ricardo peguei em seu braço puxei ele até a porta , passando pelo Leandro e empurrei ele para fora. - SAI DA MINHA VIDA! VAI PROCURAR ALGUÉM QUE TE MEREÇA ! VAI PROCURAR ALGUÉM QUE TE AME! ME ESQUEÇA!
- Antes também... - Leandro passou por mim e deu um soco no rosto de Ricardo.
- NÃO! Leandro PARA! - corri para separar os dois mas não estava conseguindo, meu pai veio para me ajudar , minha mãe também , só que ela não fazia muito esforço certamente estava adorando tudo aquilo.
- Chega vocês dois! - meu pai gritou segurando o Ricardo. Percebi que o canto de sua boca estava sangrando. Eu estava agarrada á Leandro.
- Eu ainda amo a Eduarda seu babaca! - Ricardo falou isso para provocar mais ainda Leandro.
- Ah seu filho da puta ... - Leandro fez força para que eu soltasse ele mais conseguiu sair dos meus braços, e deu mais um soco no Ricardo.
- PARA LEANDRO! - gritei, e agarrei ele novamente afastando um pouco os dois. - E VOCÊ TAMBÉM RICARDO , QUE PORRA FICA PROVOCANDO ELE! SEU OTÁRIO!
- Não estou provocando estou dizendo a verdade. - Ricardo disse com a voz alterada.
- Ricardo melhor você ir embora! - meu pai falou
- Melhor mesmo , pior coisa foi ter vindo para cá. - meu pai soltou Ricardo , e ele olhou para meus pais. - Mas vocês são incríveis, Dona Isaura e Seu Diego. - beijou a mão da minha mãe , e abraçou meu pai. Logo após, olhou para mim e para Leandro... - Que vocês sejam infelizes para sempre.
- CALA BOCA ! - gritei
Ricardo entrou no carro dele e saiu cantando pneu.
- Eu vou embora também. - Leandro nem olhou para mim
- Le ! - peguei no seu pulso
- Depois a gente se fala , amor!
- Leandro, deixa eu ir na sua casa, a gente conversa, por favor! - digo secando um pouco as lágrimas.
- Ta bom ! - ele me abraçou
Nem olhei para meus pais, entrei no carro de Leandro e fomos para a casa dele. Chegando lá , Clarice estava no maior Love com o Caio no sofá.
- LERDO! - ela gritou sorrindo ao ver o Leandro. - Dudaaaaa! - falou do mesmo modo.
- Clarice! - sorri forçado , ainda estava com vontade de chorar, mas a Cla é tão alegre que contagia.
- Eu e a Eduarda precisamos conversar lá no quarto, ta baixinha? Depois a gente volta. - Leandro falou desanimado.
- O que houve ? Nossa! Vocês estão com cara de choro. - Clarice ficou preocupada.
- Eu conto pra vocês depois.
- Tudo vai se resolver pessoal. - Caio falou sorrindo de lado, e tocou na mão do Leandro.
Subimos para o quarto do Leandro. É a nossa conversa seria longa.
CONTINUA ...
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